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sexta-feira, dezembro 10

Há Mar e Mar...

Se calhar nunca pensaste nisto mas Portugal não se resume ao País que hoje conhecemos. Vai muito para além disso. Antigamente o território português englobava não só o actual mas também as antigas colónias, formando um império além-mar historicamente reconhecido.

Hoje, e apesar da nossa pequena dimensão geográfica à escala global, Portugal procura apostar no alargamento da sua influência de uma outra maneira.

Portugal, pela sua ligação ao mar, detém direitos económicos sobre uma zona marítima chamada de Zona Económica e Exclusiva (ZEE) que, apesar de não fazer parte do território nacional em si mesmo - dista 188 milhas marítimas dos limites do mar territorial, que por sua vez está a uma distância de 12 milhas marítimas da costa - e é uma zona sobre a qual o nosso país tem vários direitos económicos - como por exemplo a exploração mineira, petrolífera, apanha de algas, pescas, entre outros.

Com base nesta zona, o território marítimo português é vinte vezes maior que o território continental, o que, representa uma grande oportunidade e reposiciona Portugal, novamente, como um dos grandes Países do Mundo.

Mas mais ainda, existe uma proposta na ONU para que a extensão da plataforma continental portuguesa seja alargada, levando ao crescimento da ZEE e possibilitando, assim, a exploração de zonas onde existem recursos ou possibilidades de investigação. Tudo isto significaria, como podes imaginar, oportunidades de grande valor e crescimento económico para Portugal!

Assim, e caso a proposta portuguesa seja aceite, a ZEE portuguesa representaria uma área quatro vezes maior do que o território continental da nossa vizinha Espanha, crescendo mais de 2.1 milhões de km². Nesta situação, o nosso país seria detentor da 10ª maior zona económica exclusiva do mundo, logo a seguir à do Brasil!

Sendo que, actualmente, 11% do PIB português é gerado através de actividades ligadas, de uma maneira ou de outra, ao mar, o que achas que aconteceria se a ZEE fosse aumentada desta forma? Ou se Portugal apostasse ainda mais e melhor em actividades económicas, turísticas e industriais ligadas ao mar?

Portugal, teria então acesso a possíveis recursos petrolíferos e minerais, podendo ainda desenvolver outras áreas como o turismo, aquacultura ou a produção de energias renováveis.

De facto, são tudo boas e grandes razões para que Portugal volte a olhar para o Mar com olhos de ver, apostando, como sempre fez, neste sector da economia. Como se isto não fosse o suficiente para queremos apostar no mar, falta lembrar que Portugal tem a vantagem de se encontrar no extremo do continente Europeu, usufruindo, por isso, de ligações marítimas privilegiadas quer a Ocidente como Oriente.

Com uma aposta forte no mar, Portugal poderá e deverá também desenvolver tecnologias de ponta, indispensáveis à exploração dos recursos oferecidos pelo mesmo, de uma maneira sustentável. O desenvolvimento de tecnologias que trará, obviamente, riqueza e know-how técnico, cruciais para o futuro e desenvolvimento do nosso país.

Se quiseres saber mais sobre este assunto, é muito simples: consulta o “Hypercluster do Mar”, um estudo de Hernâni Lopes que aborda as potencialidades e riquezas do nosso mar. Se preferires, pesquisa sobre a “Estrutura da Missão para a Extensão da Plataforma Continental”, que é a organização responsável pela submissão da proposta da extensão a um dos organismos das Nações Unidas. Podes também pesquisar na web sobre o grande trabalho desenvolvido nesta área por um senhor chamado Tiago Pitta e Cunha.

Na altura dos descobrimentos o mar foi a grande aposta dos Portugueses, talvez este seja o sinal para Portugal, de uma vez por todas, se identifique e reveja no Mar, reassumindo o espírito aventureiro, ousado e empreendedor, porque, de facto, não podemos desperdiçar as riquezas que temos.

Salvador da Cunha

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