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sexta-feira, dezembro 10

Triângulo Dourado - Razões do sucesso … e do insucesso


E Era uma vez um Portugal conquistador, um Portugal de além mar, um descobridor nato que não ligava à sua pequenez enquanto território mas sim à sua grandeza de valores e princípios. Sim foi esse o Portugal, e seus portugueses, que outrora conquistaram as terras mas sobretudo as relações que (ainda) fazem do Portugal de hoje um país com algo a oferecer ao Mundo.


Falo pois de Portugal e seus conterrâneos Angola e Brasil – o Triângulo Dourado.

Penso que hoje em dia todos sabem da importância vital que a relação com estes dois países tem para o nosso Portugal, o que se reflecte em indicadores económicos como as exportações, a facturação de empresas portuguesas, a grandeza do mercado potencial destes dois países, a influência que estes países têm hoje na economia do nosso pequeno jardim à beira mar plantado e que já leva muitos a falarem de colonização invertida.

De facto, empresas tão conhecidas de todos nós, como sejam a Galp Energia, a EDP, a Portugal Telecom, a Teixeira Duarte, o Grupo Amorim, o Grupo Espírito Santo, entre tanto outros, já não poderão dispensar a utilidade que este Triangulo Dourado lhes trás na internacionalização, potenciação de futuro e mesmo sobrevivência diária dos seus grupos empresariais.

Nos dias que correm, são as relações com estes povos, a quem legitimamente chamamos de irmãos, que trazem ao país a sua bóia de salvação neste Mundo tão adverso aos pequenos mercados como o nosso. Não fosse a maior venda de sempre de um activo por parte de uma empresa “pública” (venda da participação da PT na VIVO por 7,15 Biliões de Euros) o que seriam dos rácios económicos do país no próximo ano? Se não fosse a presença de capital angolano em todos os principais sectores da economia, como a banca e a energia, como se capitalizariam estes grandes grupos empresariais? Se não fosse a abertura a um mercado de mais de 200 milhões de pessoas para onde escoaríamos os nossos produtos e serviços?

A nossa ligação é intrínseca e, por enquanto, nenhuma das pontas deste Triângulo pode viver sem ela.

O nosso constante desafio deverá ser manter a utilidade desta relação permanente para todos os seus intervenientes, quem sabe até alargá-la a países como Moçambique onde receio que já estejamos a perder a oportunidade de nos assumirmos como os grandes “players”, e nunca perder de vista a ideia que as ligações e as relações não sobrevivem se não forem constante e convenientemente alimentadas.

China, Países Árabes, E.U.A., Europa e Rússia, todos procuram assumir-se como os novos “conquistadores” destes hoje chamados países emergentes. Contudo também Brasil e Angola começam a perceber que não necessitam da nossa “ponte” para se relacionarem, unindo esforços, directamente, entre aqueles que são considerados dois dos mais promissores países do futuro. Não poderemos nem conseguiremos vencer esta competição com proteccionismo ou clausura mas sim com uma constante procura pela criação de valor que ainda somos capazes de oferecer.

Acreditem que ainda temos vantagem sobre todos os outros, vamos agarrá-la e apanhar a merecida boleia deste Triângulo lançando o nosso futuro… não se avista nem outro nem melhor caminho…

Pedro Pinto Ferreira

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